Dormi e de repente o quarto era vermelho.
Sim, aquele vermelho-motel. Não era a aurora? Não era o reflexo do sol da meia-noite? Não era a calcinha dela que reluzia?
Não sei, mas era vermelho.
E um vermelho que cegava.
Uma língua que sangrava.
E sangrava em líquidos viscosos e gases repelentes.
Depois se transformava em bílis.
Sim, e tudo se tornava verde. Aquele verde-estupor. Verde-abacate. Verde-vômito. Eu atiro no verde, quando inicia a madrugada.
O verde é aziago. O verde me dá calafrios.
Eu odeio verde infinitamente, mas meu cabelo agora é verde. Herança de 1979. Fazer o quê, foi culpa da inconsequência que eu encarnava.
Deixa estar, que um dia eu pinto esta porra de loiro.
Ou amarelo-ouro.
Ou então corto tudo e jogo aos porcos. Aqui em casa tem um chiqueiro. E à sua volta, um turbilhão de louva-deus. Ou esperança, como queiram.
E quando há matança dos porcos, verde e vermelho se confundem. Os insetos adoram sangue. Por isso que quando o porco morre, eu digo que Deus jorra. Para ser louvado em litros e litros.
Sim, aquele vermelho-motel. Não era a aurora? Não era o reflexo do sol da meia-noite? Não era a calcinha dela que reluzia?
Não sei, mas era vermelho.
E um vermelho que cegava.
Uma língua que sangrava.
E sangrava em líquidos viscosos e gases repelentes.
Depois se transformava em bílis.
Sim, e tudo se tornava verde. Aquele verde-estupor. Verde-abacate. Verde-vômito. Eu atiro no verde, quando inicia a madrugada.
O verde é aziago. O verde me dá calafrios.
Eu odeio verde infinitamente, mas meu cabelo agora é verde. Herança de 1979. Fazer o quê, foi culpa da inconsequência que eu encarnava.
Deixa estar, que um dia eu pinto esta porra de loiro.
Ou amarelo-ouro.
Ou então corto tudo e jogo aos porcos. Aqui em casa tem um chiqueiro. E à sua volta, um turbilhão de louva-deus. Ou esperança, como queiram.
E quando há matança dos porcos, verde e vermelho se confundem. Os insetos adoram sangue. Por isso que quando o porco morre, eu digo que Deus jorra. Para ser louvado em litros e litros.