sábado, dezembro 16, 2006

E de lisura, de cuidados, de metamorfoses contidas, vivia ensimesmado, falsificada, estéril e liso sob suas mentiras, pecados, guardados em caixas de pedras também falsas, pedras de falso brilho e numa falsa lápide ali se escrevia seu falso nome, sua linguagem apurada, porém vazia, de recortes e de colagens, de bricolagens também, porque tolo não era, era apenas amargo, sim, amargo por não perceber o que estoura lá fora, por não olhar da janela, por não observar os chamados, os sentidos, feixes, secreções, as pistas, os achados, as olheiras, os semáforos, cego nesta maneira de sentir-se só, cego destes caracteres sedimentados, dos beijos e olhares, dos odores, era cego.

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