terça-feira, agosto 12, 2003

Dois horizontes na casca de um ovo

Ela mostra seus detalhes pungentes. De vez em quando vai correndo para o supermercado gastar seus parcos recursos.
Mas sempre necessita de alguém que a subvencione. Desgraçada. Derramou o óleo do pequeno e riu jocosamente.
Talvez algum dia desperte dos seus desatinos. Porque ninguém pode permanecer assim impune por muito tempo.
Ela mostra seus altos conhecimentos de metafísica, suas viagens alucinantes pela estratosfera, oportuniza assembléias, elege suas tripas a cordas que entrelaçarão a História. E depois vem me dizer que é virgem. Hipócrita. Ela é mesmo uma cadelazinha sem escrúpulos que cospe os sintomas de um futuro brilhante, centralizador, sensual, inequívoco, e sublimemente perfeito. Pois, como só existe lama num raio de duzentos e cinqüenta anos luz, ela é a octogentésima octogésima oitava na fila rumo a um destino glamouroso, sem custos de frete. Suas vísceras eliminam engodo que ela esfrega sutilmente nos muros da cidade-mãe. E eu sou um pedregulho nesta suspeição.



|Eu não tenho aquela ousadia maçante|

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