segunda-feira, outubro 04, 2004

Torpor era o que delineava aquela hora, não obstante o vazio imenso, incontrolável de jogar-se no vago fundo de si mesmo, perder a distância da existência, realidades, águas e barragens, mares, para que tal luxo, não fora aquela mesma onda que te levou embora, saudade, quanta mentira me envia, implicas, e remuneras, então, os escroques das ruelas, para que fomentem o engodo, o assassínio da ingenuidade que, de plena, torna-se hera, depois bicho, depois sonho, em vão, algodão, putrefatos, míseros laços me dividem em tempos, fincaste a lança que marcou meus símbolos, meus rudes caminhos, que cravou deleite no meu tédio, vendo os carros passando, luzes todas se derramando sobre a madrugada infeliz, restava a ponte ao longe, mas tu ignoras, meus pulsares, langores, brutalidades efêmeras, ínfimas desconcentrações, porque só tu vives, brotas, desmoronas, ressuscitas, combates, desdobras, reviras as minhas amarras, desforras sensibilidades, enuncias um turbilhão de segredos, experimentos, sagrados templos, covas, ruminâncias, infortúnios também, tu estiras uma torrente de desesperos, euforias, desperta-me, porque basta a possibilidade, a breve névoa, a deseducação, para me atirar ao degredo, aos tentáculos, aos mistérios, à gloriosa-ilusória satisfação de imaginar-me breu.

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