sexta-feira, agosto 15, 2003

Panamérica de desocupados

Nunca vi algo mais inútil do que os esportes. E o que mais me intriga é oficialização: regulamentos, burocracias, ministérios, orgãos públicos, verbas exclusivas, programas governamentais, tudo isso destinado a meia dúzia de gente ridícula que vai fazer presepada do outro lado do mundo de quatro em quatro anos nas Olimpíadas. Fora os eventos satélites, como os Jogos Panamericanos, Jogos de Inverno, Ligas do Mundo, Mundiais, Campeonatos, etc.
Pouquíssimos comendo todo o dinheiro do povão. Um país famélico, miserável, de indigentes, um Estado que não provê com o mínimo aos seus cidadãos deveria ser punido por se dar ao luxo de organizar comissões esportivas. Se eu fosse da ONU, proibiria países com gente abaixo da linha de pobreza de participar das Olimpíadas. O Brasil mesmo não tem vergonha na cara. Ao invés de cuidar das suas desgraças internas, vai lá fora passar vexame. Vexame, sim, pois se pelo menos fóssemos como os cubanos que passam fome, mas dão o couro nos desportos, sabe lá sob que tipo de coação, e voltam com um punhado de medalha de ouro para derreter e trocar no mercado negro. Aqui, o Bronze é que reina. E todo mundo aplaude essa cambada de otário.
Gente desocupada, que chupa de patrocínio e do erário até o papel que limpa a bunda. Esse Panamericano mesmo é ridículo. As medalhas trazidas foram de surpresa, de gente que nem mesmo se esperava nada e mesmo assim gastam-se passagens, hospedagens, etc, etc.
E as medalhas garantidas, como a seleção de xibungos do vôlei, ficaram na vontade. Não adiantou Bernadinho espernear feito louco. Ontem mesmo perderam para a Venezuela, é mole? O país das misses. Se esse presidente tivesse o mínimo de postura, extinguia ministérios que nada tem a acrescentar à melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, a exemplo do Ministério do Esporte. Só serve de Agência de Viagens para filhinhos de papai, sim, porque pobre esportista é a coisa mais difícil de se ver, a não ser jogadoras de futebol e atletas de maratona, que tem dias de rei e depois voltam a passar fome.
Ademais, medalhas de bronze não elevam auto-estima de nação nenhuma.

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