Eu descia a ladeira, a mesma rotina, os mesmos tropeços, as mesmas caras de desolação, outras até eufóricas, é o fermento cheirando, os mesmos urubus sondando, a pele assustada, o sol entorpecente, os carros, as casas de orvalho podre e a mata resistente, esta incongruente. Eu pego o ônibus, o mesmo cheiro acre, o mesmo motorista suado, o cobrador sonolento, a mulher que ronca, o tempo e o espaço não encontram semelhantes, é o vazio e o pleno e o odor que invade póros, artérias, signos e palavras. São córregos, vãos, valetas, canhões de esgoto e merda, a latrina dos corpos, as fezes de cachorro notívago, a resignação de aurora das prostitutas. É o silêncio que esgota. Os sons enchem o cansaço, a cabeça estoura. São os carros quase fora de circulação, é final de semana, é dia de feira.
É o morro molhado, é a gente descendo, essa gente que parece sair da cama e descer desnorteada. Acho que nunca tiveram como parar. Eu perdido entre a gente. Tenho comigo que nunca estiveram perplexos. Talvez por isso ainda sejam felizes. Para que saí de casa tão cedo mesmo? Não me lembro. A rua me desconcentra.
É o morro molhado, é a gente descendo, essa gente que parece sair da cama e descer desnorteada. Acho que nunca tiveram como parar. Eu perdido entre a gente. Tenho comigo que nunca estiveram perplexos. Talvez por isso ainda sejam felizes. Para que saí de casa tão cedo mesmo? Não me lembro. A rua me desconcentra.