domingo, fevereiro 15, 2004

Dos teus segredos, guardo apenas os sussuros que emitias ao contá-los. Seu cabelo flutuava e eu me sentia feliz, aquele cheiro de cabelo bem lavado e escovado, eu só me sentia bem ao teu lado. Embora tu parecesses tão distante a quase todo tempo, apenas teu breve olhar era suficiente. Lembro-me bem daqueles dias em que zombávamos de imbecis, de delinqüentes e aparvalhados superiores. Tu eras a diversão naquele lugar. Não poderíamos nunca estreitar contatos, tu eras verdadeiramente comprometida, sabe Deus por que tipo de coação interior. Embora tuas mãos me revivescessem traumas sei lá de que espécie, eu me inebriava. Teus contornos me eram familiares de alguma forma. Hoje vi tua letra num papel, em pleno meio da rua. Guardei no bolso, tua simpatia reflete em tudo que tocas, e nestes tempos, simpatia é quase amor , haja vista a intensidade da consternação no coração dos solitários. Vê se aparece de noite para mim. Não precisa durar muito. Apenas o tempo suficiente para eu tomar fôlego. Em teu rastro, nem mais uma celebração.

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