quinta-feira, dezembro 25, 2003

Da ausência de caminho
Eu me sinto cada vez mais dentro de um saco, pronto a estourar, com dentes rangendo, coração disparando de tantos sopapos e transtornos, o fogo queimando o estômago e vísceras contíguas, fogos dos episódios trágicos, como bolas estourando o céu, de ignorâncias vis, de espectros ultrajantes, seria eu rei noutra encarnação? Tivera eu humilhado, massacrado, exterminado populações inteiras por puro e exclusivo prazer? Hoje eu sinto essa constatação, preferiria remar noutra existência, tranqüila, pacata e de tempo reduzido, onde não houvesse estações, nem desejos, nem espectativas, nem sonhos, nem consumo, nem alarde, nem conversas, nem padrões, nem ousadias, muito menos esse tipo de injúria que os porcos não cansam de infligir. Peço a Deus a renascença neste tal patamar de certa vida. Esta sim, sem iter.

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