O que se chamava Carnaval?
Ah, de me esforçar só consigo reconhecer aquelas ameixas cruentas, da cor de molho pardo, que davam no sertão dos meus quintais, aquelas raras que a gente subia no pé para buscá-las e, como sempre desajeitado caía e claudicava com os dedos dos pés em chamas. Era mais ou menos nessa época que o pé (de ameixa) inchava e perdia aquela cor amarelada e doente do ano inteiro. Eu tinha dó do pé de ameixa, tão raquítico, ao lado do pé de carambola, este sempre em generosas safras. A solidão do pé de ameixa se chamava Carnaval, além da possibilidade de aumentar o som do toca-discos. Ah, tinha umas puta velha que arrumavam os casarões e organizavam baile, pura integração. A sociedade se entumescia, enquanto eu chupava ameixas.
Ah, de me esforçar só consigo reconhecer aquelas ameixas cruentas, da cor de molho pardo, que davam no sertão dos meus quintais, aquelas raras que a gente subia no pé para buscá-las e, como sempre desajeitado caía e claudicava com os dedos dos pés em chamas. Era mais ou menos nessa época que o pé (de ameixa) inchava e perdia aquela cor amarelada e doente do ano inteiro. Eu tinha dó do pé de ameixa, tão raquítico, ao lado do pé de carambola, este sempre em generosas safras. A solidão do pé de ameixa se chamava Carnaval, além da possibilidade de aumentar o som do toca-discos. Ah, tinha umas puta velha que arrumavam os casarões e organizavam baile, pura integração. A sociedade se entumescia, enquanto eu chupava ameixas.