Há dias em que a expectativa doura, rumina, qualifica as horas como um leito a atravessar-se lentamente devorando as possibilidades ulteriores, cominando ao medo a pena capital. Essa expectativa se reveste em desejo, cravado em cavidades abdominais, e se não satisfeito, ainda que num pequeno instante contemplativo, purga até que desfaleças, porque arde, seca, erige pêlos no esôfago, entala, faz-se tédio, entrega e retorno de crises débeis, o que só se afugenta com trauma.
- a ouvir Jessé - Porto Solidão
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