De aguardar a resposta do tédio aos meus estímulos químicos e farmacológicos, tento meio que inutilmente relatar algo coerente sobre mais este período de acordo com o acordado parece se findar, e mais uma vez, se acumula nas malas, nas vielas, para alguns, em andores, em ostentosos monumentos para outros, mas que enfim parece se esvair ou abrir espaço para outras catástrofes, outras paródias, também sussuros, também gozos, vontades saraivadas nos rostos do tempo virgem, para novas alucinações, para novos estratagemas dos passos, para novas astúcias de sujeitos rescindidos do bem-estar social, para a minha insensibilidade em si que ainda me surpreende, meu pouco veneno e minha extensa frivolidade, pois nem só de cautelas e lamentos se vive, mas também de ganas e presságios, disparos à queima-roupa, silvos. De achados e palavras obscuras, também ódios, confissões, suores súbitos e refreamento de exaltações foi o tempo; igualmente, foi tempo de vertigens, êxtase, abandono de sacrilégios, espera, dor e perda, sustos e, ao mesmo tempo, fechamento do que se previa. Cerravam paredes, cerravam dorsos, os olhos ainda marejados, os sentidos, cerravam meus calos, minhas passagens, minha dedicada paciência cerrou-se também, eu que pretendia um pulo já ao largo, foi forçada a contenção e mesmo consentida, talvez premeditada. Pois, como tais, são os percalços e também raspas do fundo do pote de melaço, porque há dores e deleites, bem se sabe; então fica para próxima um pouco do mais, uma vez que me exaure tudo isto.
definitivamente, há dores e deleites.