quinta-feira, outubro 06, 2016

Multiversos
Saturno escolhe o desejo de concavidades. Vênus anuvia a suas madeixas para o meu conforto. O despregar do solo é urgente, quando o sentimento é de pleno refestelamento em grama vultosa. A vontade jaz, o desejo está suspenso, causa e efeito nada querem dizer. O sentimento viaja em ondas longas e curta duração, rumo ao incognoscível. Rumo aos feixes da transmaterialidade. Rumo à fusão das magnitudes, o comedimento dos deuses e a libertação das veleidades.
Evitar a dualidade que envolve o meu eu sagrado e incontido não é a sua breve significação, mas mantê-lo e revisitá-lo em outros aspectos do sentir, reverberando sobre o solo um rastro de serenidade, talvez seja o antídoto último das associações inequívocas de um passado morto. Sobras de uma odisseia pessoal.

sexta-feira, setembro 30, 2016

Existe o todo, existe o nada. Todo e nada se confundem? Há uma gema e há uma clara. Há dois polos ou tudo é o mesmo? Existe vida e existe morte ou ambas se confundem? Há vida após a morte? Somos senão imagem? Somos senão luz? Somos sombra também? São inúmeras as questões que submetem o homem, as ciências, a arte, a filosofia, a teosofia. Acredito ter visto de perto alguma resposta. Se é que existe resposta. É possível que haja significado. Entrando nas beiras, encabeçando os lugares, desafiando as passagens, é um mistério o planeta, como diz a música. Ainda assim, a mente é criativa e a mente significa. Nós significamos tudo, empregamos. Talvez essa seja a linguagem do amor. Significar. Razão e emoção são apenas uma? Estão conectadas? Existe o todo e o todo insiste. E não devemos resistir. Existe a matéria, a propriedade e existe o pensamento, a mensagem, o silêncio. Todos são formas e nos dicotomizam, ou nos aproximam. 

Em um breve dia recorremos inúmeros espaços interiores. Existe momento de conexão concreta com todos os seres, existem áreas de transcendência, existem momentos de conexões e sinergias menos nobres. Existem êxtases também. Em uma virada. O tempo é ilusório? Existe o segundo? O átimo? Existe perante qual referência? A relatividade é relativa? Deixemos nos conectar. Precisamos ser receptivos ou não para receber as conexões. Então, é preciso estar atento. Atento às mensagens do cotidiano. Atento aos dias, aos sinais, significados, momentos, oportunidades, palavras. Insistir ou desistir são dois lados da mesma moeda.

Para receber uma dádiva é preciso estar pronto. Preparado. Às vezes o presente está na cara. Está dado. Mas não sabemos receber. E isso se refere ao todo do ser humano, seja a mente, seja o corpo. Muitas vezes o corpo não é receptivo. Não está em uma posição que comporte a recepção. Não está atento como o cérebro. O corpo se comunica de inúmeras formas. O cérebro com a linguagem. E a linguagem é unívoca? A linguagem é sincera? A linguagem é ancestral ou atual? A linguagem ganha vida quando ousamos interpretá-la. Fundimo-nos com a mensagem. E se a mensagem for artística? E se a mensagem for mística. Está instalada a EVASÃO.

Sobre sonhos, intempéries renovarão o céu. Eternamente ao seu lado, eu encontrarei o refúgio. Sem embargo do meu delírio, irei em direção ao espaço. Etéreos sons de sobrepasso ocasionando a luta. A fúria das serpentes desatinadas que sobrevoam o passado. Enterneço. Perdoo. Enquanto esqueço, mas não me lembro do verso. A finitude do rosto. Eu entabulado em mim mesmo. Um sobrevoo de espécies. Ferrugens em cada laço e o firmamento em mistério. Renovação carismática. Socorro, meu joelho dói. A faca está amolada. E o suspense do etéreo, novamente, ganha o soco. O ar livre e imerso no ocaso. A finitude estampada nas horas. A minha eterna mensagem. Dificuldade de concentração. Em meio a amar, há o mar. Ramos que caem em revoada. É o vigor da vertigem e as ciladas do arbusto. 



- a ouvir Trak Trak, de Fito Paez

Tempo de misericórdia - Em 24/08/2016
Engolfado para o centro de rejeições tardias, obedeci à resistência de mamãe sem sucumbir ao fracasso. Com a atenuante de ter sorvido a sopa da melancolia. Entretanto, regurgitei a desorganização. Curando o espírito ergométrico, enfrentei os lipídios, costurei os dispositivos. Para a infância, o mergulho é premente. O reajuste dos sentidos para desvelar o inefável. O agir em novos rumos ditados pela matéria onírica. Não tenho dúvidas se realmente duvidei, mas, quanto à sorte, há que se acreditar, não obstante o acaso. O sentido do mundo se desinflama e irradia suas possibilidades.  Então, resta-nos vagar e reconhecer cores. Abraçá-las. Refleti-las. Ondas do rádio que correm e entrelaçam bites, para ressoar no universo. Não me desapontarei.

sábado, janeiro 03, 2015

Neste tempo, de reclusão distorcida, ano rebento do claro e obscuro, do sincero, talvez e definitivamente. As luzes urbanas e o silêncio torto incrustado na alma, alterando as vozes e fazendo com que, nesse fundo de espírito, regozije o tédio, farto e branco tédio dos dias comezinhos, da noite mal dormida, do manual de alucinações, da abstinência de arames, concreto desarmado, enquanto pairo no sono de anteontem. Falso e incerto impulso de voar em face do abismo, falcatrua que destruiu a duvidosas sanidades e a espiral do ego, frouxidão. Racha a armadura. Dez anos depois.

- a ouvir Caribou - All I ever need 
https://www.youtube.com/watch?v=PFcdXvJIfSM

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

O instante tácito, na aurora metafísica, eu inebriado por seguidos jetlags, intempéries intertropicais, no espaço de grandes barras em ácido sulfúrico, sim, o derretimento da solidez dos desejos, da vontade do contrário, da iniciante figura da Fênix ou, por outro lado, o rebaixamento, o deslize, caio sobre os joelhos já sequelados, a coluna dói e o peito cresce, é uma era para seguir ou desistir de uma vez, considerando que assim também emerge uma quase-nação, e no coração do quase-nacional não há amarras, nem saudades, há delírios não congênitos, pétalas de flores artificiais e a âncora num passado débil, de cores tortas e vicissitudes infantis. Porque, em princípio, era claro, doce, mas também o velho amargo de depressões imemoriais, ferrugem mesmo corroendo a alma, mas, de repente, é a economia, são os grupos multinacionais, é a solidariedade internacional, e o sujeito mesmo se vê obrigado a desenvolver-se, a obrigação da emancipação, o jugo do desenvolvimento, é o final? E se o filme já começou antes?

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Desencalhe breve do meu sono
Tédio
Rejunte estragado de multiturbulências
Recolho
Morno

domingo, dezembro 04, 2011



You are the hole in my head
You are the space in my bed
You are the silence in between
What I thought and what I said

You are the night-time fear
You are the morning when it's clear
When it's over your start

You're my head
You're my heart

No light, no light in your bright blue eyes
I never knew daylight could be so violent
A revelation in the light of day

You can choose what stays and what fades away
And I'd do anything to make you stay

No light, no light
No light

Tell me what you want me to say
Through the crowded islands
Crying out at me
In your place there were a thousand other faces

I will disappear in plain sight
Heaven help me
I need to make it right
You are the revelation
You are to get it right
And it's a conversation
I just can't have tonight

You want a revelation
Some kind of revolution
You are the revelation

No light, no light in your bright blue eyes
I never knew daylight could be so violent
A revelation in the light of day

You can choose what stays and what fades away
And I'd do anything to make you stay

No light, no light
No light

Tell me what you want me to say
But would you leave me,
If I told you what I've done

And would you leave me
If I told you what I've become
'Cause it's so easy,
To sing it to a crowd
But it's so hard, my love
To say it to you, all alone

No light, no light in your bright blue eyes
I never knew daylight could be so violent

A revelation in the light of day,
You can choose what stays and what fades away
And I'd do anything to make you stay

No light, no light
No light

Tell me what you want me to say
You are the revelation
You are to get it right
But, it's a conversation
I just can't have tonight
You are the revelation
Some kind of resolution.

You are the revelation.
You are the revelation
You are to get it right.

But, it's a conversation,
I just can't have tonight.
You are the revelation
Some kind of revolution
Tell me what you want me to say

terça-feira, março 22, 2011

Sobram vîtimas até na experiências oníricas. Desvitimize já! Enquanto isso o mundo gira...
Não há sanidade no algoz nem na vítima.