quinta-feira, maio 11, 2006

depois de tempos assim, vem a torrente de volta mas não como antes, como se numa profundidade de soluços eu trovejasse e sentisse aquela periculosidade, e remasse e nadasse e nada me acudisse, então vem a torrente outra vez, mas não como os tempos de outrora, como se dantes houvesse mostros, estratagemas espirituais, mercancias do mal, falácias, enfim, agora sinto-me presente e rocha, sou fogo também, sou como água além luzes, falso lapso de sensatez, saudades de tempo inexistente quase não bate, então eu bato à porta da misericórdia? eu levo as dentaduras dentro de um copo em exibição para a posteridade? eu firo as marcas de pincel e deixo-as expostas como num limbo? eu financio as execrações? eu manipulo as doenças insidiosas? eu sou o raio de indisposição? não, apenas observo lentamente toda a paranóia e rio vastamente como um fluxo ilariante de turvas sensações.
eu traço agora a trilha de sua estupidez e posso me desviar.