sexta-feira, janeiro 27, 2006

de furta cor faço o dia-a-dia, pinto o passado com gordura lambuzando os dentes do futuro e pedindo arrego para o presente, quero outra vez o despreocupar de persianas, a falsa mudez de pássaros, sussuros de rio, liberdade de adolescente, maresia de começo de tarde, enfim, passeios discretos por sobre a subjetividade e vontade de ficar só.


pintarei teus lábios com tinta bizantina

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A nova redução de vida a segundos reforma-se e o povo meticulosamente expõe os melhores quadros pixel a pixel da virada suntuosa, da maravilha do mundo, do desejo vertido. Eu exponho, ao contrário, o que não esteve, o passo em falso, a alegria contida nas espionagens, nas malandragens de alcova, enfim, eis que o ano aparece como o sol tinindo e quente como as tardes de verão, eu precisando renovar votos de sinceridade, observar novamente como num meio-dia acizentado atípico de verão o céu e sorrir despropositadamente, mas se não entendem o que digo, estou pouco me lixando, não irei repetir. Estourem as pústulas, que os ungüentos estarão a postos. Ih, nojento!

Sorvamos o ano com voracidade.