segunda-feira, fevereiro 28, 2005

a vontade mora pequena e turva no coração da manhã
porque quando chega o meio-dia, os instintos é que falam mais alto
é a fome, a sesta, a sesta, a fome
e então a reles vontade fica aguardando o dia amanhecer novamente




i don´t know about you
but i´m an chien andalusia

cuidado com a bola do olho. don´t slice up it. guarda pra mim.
hihihi. intercâmbio de novidades.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Sem abstrações últimas do segredo do baculejo da pomba, reviro-me em sonhos múltiplos que se distinguem apenas, em face cor do céu onírico que, obviamente, tem de se diversificar. Mas a mesmice se repete, eu gosto dela, e não tenho desejo de matá-la. Falsidades vomito, engodos repilo. Então rumo feliz com a sorte ao meu lado.


Que dia feliz! Harmonia interior, vale transporte e intestino funcionando bem. No más. E a chuva acabou, porque, sinceramente, estava que um matadouro para as velhinhas requintadas.


guided by Blind Melon - No rain

sábado, fevereiro 12, 2005

Envolto em prazos, maniqueísmos, dúvidas concêntricas, atabalhoamentos mesmos, prescindi de certificações para não aborrecer os néscios. Dívidas, concorrências, a mesma velha história de pecado, cobrança, leite de dores, profundas manhãs, crises concienciológicas, mais que vida exorbitante, não percebem? É só a tristeza e ponto final, mas onde fica o deserto ante a arrogância humana? Há terreno para todos ou apenas desespero de sábado?

terça-feira, fevereiro 08, 2005

O sol esquenta as falácias cotidianas, enquanto o espectro dos desejos se alimenta de tédio. A palavra seca e muda encontra-se ausente, desamparada, inscrita na parede em versos ininteligíveis. O resto é o instinto, a vontade burlesca de vomitar as vísceras de ódio, os cortes profundos na alma, os recalques intensos, as liberdades tolas a que se permite num estágio profundo de letargia pré-ordenada. Degladiando os pequenos universos internos, instaurei a resistência, mas, pouco a pouco, os sonhos, estes meticulosos traidores, ameaçam a estabilidade, ousam corromper a inteireza do processo, evitando o deslize, a coordenação do corpo, a manifestação da vontade, razão pela qual me abstenho, a princípio, de qualquer contagem ou medição de qualidade, mormente porque é mardi gras, a gordurosa terça-feira que inspira a realeza, a mentirada, os nós envoltos em sofreguidão, a multidão correndo nua, o sangue, lágrimas, gotas de latejamento dos desejos, outra vez cálidos, instantes, pequenos redemoinhos de nervos que jamais atravessarão as cinzas da quarta-feira. Por sorte.

guided by Cat Power - The Sleepwalker Chan Marshall foi a porta-bandeira do meu carnaval de chaves falsas.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

A margem dos sentidos deslizando nua sob a surda areia de fevereiro, o vento arisco energizando os póros, metamorfoses de humor, celebração interior da apatia, marasmo, ausência de sinceridade, enfim, o que se precisa para uma boa convivência em geral. Dentro de si um desejo pulsante de subtrair a própria vontade, enquanto a mesma não reverbera ainda, pois é fase de lua festiva, lua incandescente, ascendente em mercúrio e não se sabe por que raios tudo parece tão calmo.

O reverso tempera a tranqüilidade. Quero reaver a esperança, talvez.

a ouvir Air - All I need