Sempre tive medo do segundo, da relação atômica, do instante mínimo e, talvez por isso, eu chorasse tanto ante os flashes de máquinas fotográficas, a velha e inteira maneira de demonstrar meu medo dos segundos, da medida do tempo, do tempo mesmo que não se tem como atingir perfeitamente, a volta única, porque ele escapa e ele parece ser mesmo poderoso, como dizem, o tempo que diz o que é impossível e possível, eu mesmo reverenciando o tempo, ainda tenho medo do impossível, porque em mim se revive um outro tempo, tempo do que não foi, talvez isso seja naturalmente humano, talvez demasiado, mas o que importa é que o tempo existe do lado de fora, creio e a ele me apego, e quer saber de uma, volto ao tempo mesmo, o brilhante, e esquecerei definitivamente o que não foi.
Shining shining...
a ouvir Supergrass - Sofa (of my lethargy)